segunda-feira, 13 de maio de 2013

semana santa (ouro preto dos meus olhos)

o cheiro mineiro
 é algo tão especifico
quanto o café
esquentando no bule de manhã

de um ô sô
vem cá
minina
que não me deixa
de lado
se faz amor.

pagando bundinha
e não deixando a desejar
seus dotes
de carioca safada

terça-feira, 7 de maio de 2013

contentação

em tudo o que
 habito
sou distância
que desconhece
as estações
de parada

desenfreada
em busca de algum sentido
repleto de estórias
pra se jogar
fora

entregando certezas
descobertas
vez em quando
nesse céu
de estrelas minutos
restantes
na insensante luta
de tentar
acordar algumas de nossas notas.


terça-feira, 16 de abril de 2013

linha

saio do eixo
a dar voltas
imaginárias
num  mundo
interior

espalhar
mistério
entre sorrisos
frouxos
e tragadas
gole e outro

marcando o corpo, o copo
de todo vermelho
que (o)usar

entregando  me
a todas as urgências
já empoeiradas

até você
se desfazer
dos arrependimentos
voltar
e ser enfim fábula.


domingo, 14 de abril de 2013

habitat

no meu território
incerto
na cabe o concreto
de nenhuma
verdade absoluta
sou senti(n)do
tudo
todas
as brechas
são um lugar
cômodo
aonde deito e finjo
cansaço

e assim
maleável
piso na leveza de um elefante
atrapalhado
que se debruça
na brincadeira
de querer
se apaixonar
em casa

sou a tudo que piso
a tudo
e digo mais
tente não se afundar
na minha lama
e saberá
o quão perspicaz
tem de ser
o (com)passo
do caranguejo. 

terça-feira, 9 de abril de 2013

tri pé (Utrópico de cancer)

base forte
á três
que sustenta
pesos
de ponta. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

cômodo

a verdadeira
prisão
está em abrigar se
em utopias
manchadas
de uma xicará
de chá

e acordar
de pesadelos
turbulentos
depois de
beijar
seu primeiro amor
numa esquina
sombria
qualquer

quando fomos dois
eramos um
em confusão
deixando faltar
pra um
o que sobrava
noutro.

em confissão
te digo
que na verdade
não passavamos
de metade
do cheio
que preciso.

quinta-feira, 28 de março de 2013

dia de circo

morro hoje
como um palhaço
charlatão
que (re)nasce
numa lua ariana
contando
de trás pra frente
as horas
passadas

sinto me
resfriada
cinzenta, assim
como o tempo

sigo agora
correntesa
no fluxo do amanhã
sem querer saber
de qualquer
desencanto
seu

esse é o ultimo
papel
que eu ocupo
no seu teatro
a céu
aberto.